Ao planejar um armazém para crossdocking, é fundamental entender a natureza dinâmica desse tipo de operação. Esse modelo operacional enfoca a movimentação rápida de mercadorias, com o objetivo de minimizar ou até eliminar o tempo de armazenamento.
Em vez de serem estocados, os produtos recebidos são rapidamente redistribuídos e encaminhados para o transporte, direcionados ao destino final. Essa é uma estratégia adotada em vários segmentos, devido às vantagens de eficiência e redução de custos que ela proporciona.
Se você está estudando a implementação de um armazém crossdocking para sua operação logística, este artigo é um ótimo ponto de partida para orientar o seu planejamento.
Ao longo deste conteúdo, vamos falar sobre como fazer uma escolha geográfica correta, como planejar um armazém crossdocking, quais estruturas de armazenagem são mais utilizadas para esse modelo operacional e as melhores práticas para definir o layout do armazém.
Acompanhe até o final e boa leitura!
Cuidados com a escolha geográfica do armazém
Ao planejar um armazém crossdocking, a localidade é um fator crítico a ser considerado.
Uma boa a localização é fundamental para maximizar a eficiência e minimizar os custos, podendo impactar significativamente a operação em vários aspectos:
- Acesso a Rotas de Transporte: Uma localização estratégica facilita o acesso a principais rodovias, portos ou aeroportos. Isso não apenas acelera o transporte, mas também pode reduzir custos relacionados.
- Proximidade com Fornecedores e Clientes: Estar mais próximo de fornecedores pode agilizar o recebimento de mercadorias, enquanto a proximidade de clientes pode reduzir tempos de entrega.
- Custos de Terreno e Infraestrutura: Algumas áreas podem oferecer benefícios fiscais ou ter custos de terreno e construção mais baixos. No entanto, é vital equilibrar esses benefícios com a eficiência operacional. Uma localização mais barata, mas distante das principais rotas ou clientes, pode não ser vantajosa a longo prazo.
- Disponibilidade de Mão de Obra: A localização do armazém pode influenciar a facilidade de recrutamento e retenção de pessoal. Regiões com maior disponibilidade de mão de obra especializada podem ser mais atrativas.
- Considerações Ambientais e Regulatórias: Algumas áreas podem ter restrições ambientais ou regulamentações específicas que impactam o design e a operação do armazém.
- Segurança: Áreas com baixas taxas de criminalidade e boa infraestrutura de segurança, podem ser preferenciais, considerando a quantidade significativa de mercadorias em movimento no crossdocking.
Portanto, ao escolher uma localidade, é crucial avaliar o impacto de longo prazo sobre a operação, e não apenas os benefícios imediatos ou de curto prazo.
Como planejar um armazém para crossdocking?
Planejar um armazém para crossdocking requer uma abordagem focada na rapidez e eficiência, onde o objetivo é acelerar o fluxo de mercadorias, minimizando o tempo de armazenamento.
Obviamente que, assim como todo planejamento logístico, sempre é preciso analisar o contexto da empresa, as complexidades dos produtos e da cadeia de suprimentos em que ela está inserida.
De modo geral, apresentamos aqui um resumo de como planejar um armazém para essa finalidade:
1. Análise do Fluxo de Mercadorias:
Primeiro, você precisa entender o volume e tipo de mercadorias que fluirão pelo armazém. Isso inclui compreender a frequência de chegada, saída e o tempo médio entre o recebimento e a expedição.
2. Design do Layout:
O layout do armazém deve ser otimizado para minimizar movimentos desnecessários. As docas de recepção e expedição devem ser posicionadas de forma estratégica para permitir um fluxo rápido e eficiente. Áreas de triagem devem estar posicionadas entre as zonas de recebimento e de saída. Preparamos uma seção especial sobre esse tópico, mais adiante.
3. Equipamentos e Tecnologia:
Invista em equipamentos que facilitem o rápido movimento de mercadorias, como esteiras, empilhadeiras rápidas e sistemas automatizados.
A tecnologia de rastreamento em tempo real também é essencial para gerenciar o fluxo de mercadorias.
4. Treinamento da Equipe:
É fundamental que a equipe esteja bem treinada para manusear mercadorias rapidamente e com precisão. Eles devem estar cientes dos objetivos do crossdocking e das melhores práticas.
5. Gerenciamento de Informações:
Sistemas de gestão de armazéns (WMS) devem ser configurados para suportar as operações de crossdocking. Isso permite a visibilidade em tempo real do status das mercadorias e otimiza o processo de recebimento e expedição.
Melhores práticas para o layout do armazém
Um layout mal planejado de um armazém para crossdocking pode comprometer gravemente a eficiência da operação. Ao invés de ter uma movimentação rápida e direta de mercadorias, se o layout não estiver otimizado, pode haver congestionamentos, retrabalhos e atrasos na movimentação dos produtos.
Resultando em tempos de processamento mais longos, aumento da possibilidade de erros e comprometer a satisfação do cliente devido a atrasos na entrega.
Além disso, operações ineficientes geram custos adicionais, seja pela necessidade de mais mão de obra, pelo uso ineficaz de equipamentos ou pelo potencial desperdício de espaço. Em resumo, um layout mal planejado contradiz a própria essência da operação, que é a eficiência e agilidade na movimentação de mercadorias.
No entanto, existem padrões e boas práticas que são comumente seguidos ao projetar o layout de um armazém voltado para operações de crossdocking. Seguir estas diretrizes pode maximizar a eficiência e minimizar os erros:
- Fluxo Linear: O design deve priorizar um fluxo contínuo e linear de mercadorias. Idealmente, os produtos devem entrar em uma extremidade do armazém e sair pela outra, minimizando os deslocamentos e cruzamentos desnecessários.
- Posicionamento das Docas: As docas de recebimento e expedição devem ser posicionadas de maneira estratégica. Em muitos armazéns de crossdocking, as docas de recepção e expedição estão localizadas lado a lado para facilitar a rápida transferência de mercadorias.
- Áreas de Triagem Ampla: O espaço entre as docas deve ser amplo e livre de obstruções para permitir uma classificação rápida e eficiente.
- Áreas de Consolidação Designadas: Para operações que necessitam consolidar cargas antes da expedição, deve haver áreas designadas equipadas com todas as ferramentas necessárias.
- Espaços Flexíveis: Embora o crossdocking enfatize o movimento rápido, pode haver situações em que o armazenamento temporário seja necessário. Por isso, mantenha espaços flexíveis que possam ser rapidamente adaptados para essa necessidade.
- Sinalização e Segurança: Sinalizações claras e visíveis são essenciais para direcionar o fluxo de mercadorias e de funcionários, reduzindo confusões e potenciais erros. Também garanta que todas as áreas sejam seguras para os funcionários, com rotas de evacuação claras e equipamentos de segurança em locais estratégicos.
Ao seguir essas práticas recomendadas e padrões, é possível criar um ambiente de crossdocking que não só otimize a movimentação de mercadorias, mas também minimizar erros e atrasos, melhorando a eficiência geral do armazém.
Estruturas de armazenagem mais usadas no crossdocking
Em operações de crossdocking as estruturas de armazenagem são diferenciadas das operações tradicionais de armazenamento. Listamos aqui as estruturas mais comuns e utilizadas para facilitar a rápida transição de mercadorias do ponto de recepção para o ponto de expedição. Confira a lista a seguir:
- Esteiras Transportadoras: São essenciais para movimentar rapidamente mercadorias entre a área de recepção e a área de expedição. As esteiras podem ser configuradas de diversas maneiras, dependendo do layout do armazém e do tipo de produto manuseado.
- Sorters (Classificadores): Estes são sistemas automatizados que separam e direcionam caixas ou produtos para destinos específicos. Em um ambiente de crossdocking, os sorters podem ser usados para distribuir automaticamente as mercadorias para o veículo ou rota de entrega corretos.
- Áreas de Triagem: Embora o objetivo seja minimizar o armazenamento, ainda pode haver necessidade de triar mercadorias por breves períodos. Estas áreas são geralmente equipadas com estruturas simples e de fácil acesso, como mesas ou prateleiras de baixa altura.
- Prateleiras de Fluxo de Caixa (Carton Flow): Em algumas operações, pode ser benéfico usar prateleiras de fluxo de caixa, onde os produtos são carregados de um lado e deslizam para o outro por gravidade, garantindo um fluxo constante de mercadorias.
- Sistemas Automatizados de Armazenagem e Recuperação (AS/RS): Em operações de crossdocking de alto volume, alguns armazéns podem usar AS/RS para movimentar rapidamente paletes ou contêineres entre as áreas de recepção e expedição.
- Racks ou Prateleiras Temporárias: Em situações em que a mercadoria pode precisar ser retida brevemente devido a atrasos ou problemas de agendamento, prateleiras temporárias ou racks podem ser usados. No entanto, são minimizados em configurações de crossdocking puro.
- Zonas de Consolidação: Se mercadorias de diferentes fornecedores precisam ser consolidadas em um único carregamento, uma área designada com prateleiras ou mesas pode ser usada para essa finalidade.
- Veículos de Movimentação de Materiais: Embora não sejam estruturas estáticas, empilhadeiras, transpaleteiras e outros veículos são vitais para mover mercadorias rapidamente.
No crossdocking, a escolha das estruturas dependerá do tipo de produto, do volume de movimentação e dos requisitos específicos da operação. É importante lembrar que a chave é minimizar a manipulação e o armazenamento, permitindo um fluxo contínuo e eficiente.
Conclusão
O crossdocking, quando implementado corretamente, se torna uma poderosa ferramenta para maximizar a eficiência logística, minimizar custos e acelerar a entrega de produtos. Como vimos, a chave para seu sucesso reside em uma localização estratégica, layout otimizado, escolha adequada de estruturas de armazenagem e uma equipe bem treinada.
Como dica prática, sempre analise as tendências e inovações do setor, pois a logística está em constante evolução e adaptabilidade é fundamental.
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