Um dos métodos mais estratégicos e eficazes para alcançar a excelência operacional nos armazéns e centros de distribuição é através da técnica conhecida como Curva ABC.
Este artigo aprofunda-se na mecânica e na aplicação prática desta metodologia fundamental, oferecendo insights valiosos para os profissionais do setor. Nele você irá descobrir como a Curva ABC não só categoriza seu inventário com uma precisão que reflete sua importância operacional e financeira, mas também como essas informações são cruciais para uma gestão estratégica do espaço do armazém e para a otimização dos processos de picking.
Além disso, você encontrará um guia passo a passo que detalha desde a coleta de dados até a implementação prática das categorias de itens, permitindo uma organização impecável e uma gestão de estoque mais inteligente. Continue até o final e boa leitura!
O que é o método de classificação ABC?
O método da Curva ABC é uma técnica de classificação de inventário amplamente utilizada na logística e gestão de armazéns, que ajuda a otimizar o espaço e melhorar a eficiência do picking de produtos.
Essencialmente, este método segmenta os itens estocados com base em sua importância para a empresa, geralmente medida em termos de valor de venda ou volume de movimentação. Na prática, a Curva ABC divide os itens em três categorias principais: ‘A’, ‘B’ e ‘C’:
- Os itens ‘A’ são os mais valiosos ou de maior rotatividade, representando uma pequena porcentagem do inventário total, mas a maior parte do valor.
- Os itens ‘B’ ocupam uma posição intermediária.
- Enquanto os itens ‘C’ são os menos valiosos ou de menor rotatividade, constituindo a maior parte dos itens em número, mas a menor parte do valor.
Ao aplicar este método, a gestão do armazém pode determinar estrategicamente a localização dos produtos.
Os itens da categoria ‘A’ devem ser posicionados de maneira a facilitar o acesso rápido e reduzir o tempo de movimentação, pois são os mais requisitados ou valiosos. Isso pode significar colocá-los mais perto das zonas de picking ou em locais de fácil acesso.
Os itens ‘B’ seguem uma lógica intermediária, enquanto os itens ‘C’, que são menos movimentados, podem ser armazenados em áreas mais distantes ou menos acessíveis, otimizando o uso do espaço.
Esta abordagem não apenas melhora a eficiência do picking, reduzindo o tempo e o esforço para acessar os produtos mais importantes, mas também contribui significativamente para a otimização do espaço no armazém.
Ao armazenar itens de acordo com a frequência e valor de movimentação, é possível utilizar melhor o espaço disponível, evitando áreas subutilizadas e garantindo uma organização mais lógica e eficiente do inventário.
Como classificar os produtos usando a Curva ABC?
A classificação dos produtos usando a Curva ABC é um processo que envolve a análise do valor de contribuição ou do volume de movimentação de cada item no armazém. Essa análise permite que os itens sejam categorizados de forma a refletir sua importância para a operação e o negócio.
A seguir, listamos um passo a passo para que você possa aplicar essa classificação no seu armazém. Confira:
1. Coleta de dados:
O primeiro passo é coletar dados precisos sobre os itens em estoque. Esses dados podem incluir o valor de vendas, o custo, a frequência de pedidos, ou o volume de saída de cada produto. É importante que os dados sejam atualizados e representem o comportamento atual de movimentação de estoque.
2. Classificação por valor ou frequência de movimentação:
Com base nos dados coletados, os itens são classificados de acordo com seu valor total de vendas ou sua frequência de movimentação.
Isso pode ser feito calculando o valor total de vendas de cada item ou contabilizando quantas vezes cada item foi movimentado em um período específico.
3. Cálculo do percentual acumulado:
Calcule o percentual que cada item representa em relação ao valor total de vendas ou ao total de movimentações. Em seguida, ordene os itens em ordem decrescente desses percentuais e calcule o percentual acumulado.
4. Segmentação em Categorias ABC:
- Categoria A: Inclui os itens que representam aproximadamente os 20% mais importantes, seja em termos de valor de vendas ou volume de movimentação, mas que correspondem a cerca de 70% a 80% do valor total ou movimentações.
- Categoria B: Representa os itens intermediários, frequentemente em torno de 30% dos itens, que somam aproximadamente 15% a 25% do valor total ou das movimentações.
- Categoria C: Compreende cerca de 50% dos itens, mas contribui apenas com cerca de 5% a 10% do valor total ou das movimentações.
5. Revisão e ajustes:
Regularmente, é importante revisar a classificação, pois a demanda por produtos e o comportamento de vendas podem mudar ao longo do tempo.
6. Implementação prática:
Após a classificação, os itens da Categoria A devem ser posicionados em locais de fácil acesso no armazém para agilizar a coleta e o manuseio.
Os itens da Categoria B seguem uma lógica intermediária, enquanto os itens da Categoria C, que são menos frequentemente movimentados, podem ser alocados em áreas menos acessíveis.
Aplicação da Curva ABC no armazém
A aplicação da Curva ABC no armazém implica em mudanças estratégicas no layout e nas estruturas de armazenagem para otimizar a eficiência e o fluxo de trabalho.
Algumas maneiras pelas quais essa aplicação pode influenciar na organização, distribuição física e gestão do armazém, são:
1. Posicionamento estratégico dos itens:
- Itens da Categoria A: Devido à sua alta importância, os itens ‘A’ devem ser posicionados em locais de fácil acesso, preferencialmente perto das áreas de recebimento e expedição. Isso reduz o tempo de movimentação e melhora a eficiência do picking.
- Itens da Categoria B: Devem ser colocados um pouco mais afastados, mas ainda em áreas de fácil acesso, pois são menos movimentados que os itens ‘A’, mas ainda representam um valor significativo.
- Itens da Categoria C: Podem ser armazenados em áreas mais distantes ou de acesso menos frequente, já que são os menos movimentados.
2. Alteração no layout do armazém:
Pode ser necessário reorganizar as prateleiras e zonas de armazenamento para acomodar a nova disposição dos itens baseada na Curva ABC. A criação de zonas específicas para cada categoria pode facilitar a localização e o acesso aos produtos.
3. Otimização das estruturas de armazenagem:
É recomendado utilizar diferentes tipos de estruturas de armazenagem para diferentes categorias, como estantes de fácil acesso para os itens ‘A’ e armazenamento em massa ou em alturas maiores para os itens ‘C’. E implementar soluções de armazenamento verticalizado para maximizar o uso do espaço, especialmente para itens ‘B’ e ‘C’.
4. Revisão da sinalização e do endereçamento:
Atualize a sinalização e os sistemas de endereçamento para refletir a nova organização baseada na Curva ABC e garanta que os sistemas de gerenciamento de armazém (WMS) estejam sincronizados com as mudanças físicas.
5. Adaptação das práticas de picking:
Adapte as estratégias de picking para priorizar os itens ‘A’, como implementar picking por zona ou batch picking para melhorar a eficiência e considere o uso de tecnologias como coleta assistida por voz ou sistemas automatizados para itens de alta movimentação.
6. Monitoramento e ajustes contínuos:
A classificação ABC deve ser revisada periodicamente para refletir mudanças nas tendências de vendas e movimentação de estoque. Por isso, procure estar preparado para fazer ajustes no layout e nas estratégias de armazenamento conforme necessário.
A aplicação da Curva ABC no armazém não é uma solução única, mas um processo contínuo de avaliação e ajuste. Ela exige uma compreensão detalhada do comportamento do inventário e a capacidade de adaptar as operações de armazém para atender às necessidades dinâmicas do negócio.
Conclusão
A adoção da Curva ABC na gestão de armazéns transcende a simples organização do espaço; ela representa uma abordagem estratégica que equilibra a máxima utilização do espaço com a criação de fluxos de trabalho inteligentes e eficientes.
Uma técnica não é apenas sobre colocar itens em prateleiras, mas sobre entender a dinâmica de cada produto e seu impacto na cadeia de suprimentos e nas operações do dia a dia.
Em última análise, a chave para a otimização do espaço do armazém não reside apenas em utilizar cada centímetro quadrado disponível, mas em empregar cada segmento de espaço de maneira inteligente. Assim, armazéns podem se transformar de centros de custo para centros de lucro, onde cada decisão de localização e movimentação de estoque é feita com o objetivo de melhorar a produtividade e a rentabilidade.
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